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Deadpool [Crítica]

  • por Alexandre Moreira & Aline Machado
  • 12 de fevereiro de 2016

Desde sua cena de abertura, Deadpool mostra ao que veio nas telas: fazer rir. E para quem sair do cinema não terá como negar que, neste caso, mais do que nunca, missão dada é missão cumprida..

A personalidade satírica de Deadpool nos quadrinhos não só foi excelentemente interpretada por Ryan Reynolds como foi usada como pano de fundo para estruturar o modo de fazer e contar o filme para os telespectadores. E por falar em Ryan, precisamos lembrar de suas memoráveis e igualmente desastrosas tentativas de dar vida aos heróis nas telonas. A começar por uma própria versão de Deadpool em X-men: Origens Wolverine (2009) seguido de Lanterna Verde (2011). Personagens estes, inclusive: também alvo de piadas durante o filme.

A brasileira Morena Baccarin (Gotham) é outro nome de destaque que precisamos salientar dentro do exímio elenco que constituem Deadpool. Morena e Ryan possuem uma química natural, tornando a inusitada historia de amor que percorre ao longo de todo o filme, em pequenos momentos de respiro entre as enxurradas de humor negro e as inúmeras cenas de ação. Ou seja, tem Deadpool para todos os gostos.

Na cena de abertura já temos um dos elementos-chave desse personagem nas HQs: a quebra da quarta parede durante a narrativa. Estas pausas não só contribuem para a comicidade do filme como passa a ser um elemento presente ao longo da produção: deadpool para para falar conosco, os demais personagens nem sempre.

A metalinguagem também é um elemento marcante na história: ao fazer piadas com o próprio elenco e equipe técnica (já na abertura, inclusive), o protagonista leva muito a serio a chance de fazer uma piada e perder um amigo, ou melhor, uma mão. As alfinetadas do herói de vermelho se estendem também ao próprio estúdio (Fox) a quem, diversas vezes, é dirigido piadas sobre orçamento e as questões dos direitos autorais com redação aos heróis da Marvel. E, neste ponto, temos o fato de que o universo Marvel é compartilhado, os heróis não.

Deadpool é mais um exemplo de como a trilha sonora certa pode dar o time perfeito ao filme. Seguindo os passos de outro sucesso da Marvel, Guardiões da Galaxia, a equipe técnica utilizou o elemento sonoro como fator fundamental para para compor a produção. Os momentos musicais do filme foram essenciais a todo instante para fortalecer as piadas e estimular as cenas de ação.

As grandes produções atuais possuem um nível bem alto quando os efeito especiais entram em pauta, e Deadpool não decepcionou nesse quesito. As animações gráficas presentes na máscara de Wade contribuem para que o personagem seja o mais fiel possível, uma vez que é permitido replicar com perfeição a personalidade do herói sob a máscara presente nas HQ’s.

Para quem espera um filme de herói ao que Marvel e DC tem feito, esqueça, esta NUNCA foi a proposta do filme. Deadpool foi um filme feito para satirizar filmes de herói e isso meus amigos, ele faz muito bem. Embora, apesar da mega produção agradar os fãs, o filme não é nada além de divertido, o roteiro “raso” que conta a origem do herói é um mero fio-condutor para o encadeamento de piadas e cenas de extrema ação.

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