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Caneca Sonora – Out of the Blue

por Felipe Fischer

em 28 de Junho de 2016

Chegou a hora da segunda edição do Caneca Sonora, a coluna do Portal Caneca para valorizar a cena musical independente. A ideia é trazer entrevistas exclusivas e indicar bandas fora do mainstream. Desta vez, a banda convidada é a Out of the Blue que acaba de lançar o primeiro álbum.

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A banda surgiu em 2015 e com a proposta de ter um trabalho totalmente autoral, com estilo definido como Rock N Folk. Em tão pouco tempo de existência, o grupo ganhou destaque na região do interior de Limeira por conta do modelo adotado para a produção do primeiro álbum. O projeto intitulado “Happy Jam Hour”, reunia amigos e curiosos para um happy hour dentro do ensaio da banda, praticamente uma apresentação exclusiva.

Os quatro integrantes se preparam para a primeira turnê internacional e você pode conferir o álbum “LET’S TALK ABOUT A DREAMS” na nossa playlist no Spotify. Com vocês, o “Out of the Blue”, formado por Mauricio Sadalla Bucci (voz e guitarra), Markingos Cardoso (guitarra e back vocal), Leandro “Preu” Bosqueiro (bateria) e Ari Barbosa (baixo).

capa out of the blue

Como a banda foi criada?

Olha, a gente poderia dizer que a banda foi criada tomando uma cerveja em um bar, na cidade de Limeira. O que de fato aconteceu. Mas na realidade a banda foi mesmo criada para preencher um vazio que cada uma dessas quatro pessoas tinham: a vontade de produzir algo novo, um estilo diferente de som que estava rolando na nossa cidade. Vontade de tocar, sabe? Nem que apenas a gente tocasse em churrascos familiares. Depois que a coisa foi tomando proporções maiores.

E no final de tudo são quatro pessoas com profissões diferentes, mas uma só paixão: a música. E foi isso que fez com que o Out of the Blue surgisse do nada.

*out of the blue é uma expressão/idioma em inglês quesignifica de repente, do nada, inesperadamente.

Quais as influências principais?

Hum, difícil. Mas, talvez, as bandas que mais temos em comum são: Fratellis, Arctic Monkeys, Oasis, kings of Leon, Foo Fighters e, claro, Beatles.

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Como vocês veem o cenário musical atual? Existem barreiras por ser uma banda com mais letras autorais do que covers?

Há alguns anos o Sertanejo manda no cenário musical nacional. Isso é fato! Mas estamos sentindo que deu uma diminuída. Acho que as pessoas estão cansando de só ouvir falar disso. Deve ser por isso que outros artistas de diferentes estilos estão surgindo com mais força, tipo o Hip Hop, o Pop e um som mais eletrônico. O rock nacional há algum tempo corre por fora. Sempre existiu e sempre vai existir, né?! É algo que nunca sai de moda. Pode ficar em baixa, mas sempre vai ter algum barzinho ou casa de show que mantém a tradição do bom e velho rock, saca? Então tem espaço pra todo mundo. Mesma coisa na gringa, apesar que lá fora é o berço do Rock. Lá se dá muito mais valor a esse estilo.

Quanto a segunda pergunta, claro que existem barreiras. Até a própria banda é responsável por isso. A maioria quer ter o jogo ganho, sabe? Ir lá e tocar as músicas que geral conhece e colocar uma ou outra música autoral. A gente pensa o oposto. Mas como dissemos ali em cima, as coisas estão mudando. O público já tá ficando entediado do jogo ganho. Cada vez mais eles querem conhecer coisas novas. Foi por isso que o Spotify, Itunes e outras plataformas deram tão certo.

Por isso que festivais como Lollapalozza são um sucesso. Foi ali em que bandas de menores expressões conseguiram chegar na grande mídia. É esse o caminho que queremos seguir. Nosso show é repleto de sons autorais e é tão bom quando sentimos que o público dá um feedback tipo: “continua que tá foda, mesmo eu não sabendo cantar junto.” Mas claro que também temos os nossos covers na manga. Tipo, hora que a gente toca uns três sons nossos com toda a energia e logo depois já mandamos um Queens of the Stone Age, a galera anima ainda mais. Esse é o tipo do nosso jogo.

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Quais são os maiores desafios/problemas encontrados pela banda?

Conseguir fazer o ensaio na hora certa, sem atrasohahahaha. Ah, acho que a maior dificuldade nossa é a língua e o dinheiro. O Out of the Blue é uma banda nova, sem empresários ou gravadoras, que compõem e canta em Inglês, em um país em que fala Português. Tipo um peixe fora d’água, né? Mas o legal foi que a gente achou uma baita oportunidade para resolver esses problemas. Não dá pra ficar chorando. Esse foi o caminho que a gente quis seguir, então trabalhamos em ideias para fazer isso rolar. E rolou muito bem! Não dá pra falar aqui porque isso levaria muito tempo. Mas resumindo, a gente criou um projeto (Happy Jam Hour) que financiou nosso CD e deu uma baita visibilidade pra banda. Fomos convidados pra dar palestra, ir na TV e até demos uma entrevista em um site americano.

“Happy Jam Hour”é um projeto criado para levantar dinheiro para a banda Out of the Blue fazer o seu primeiro disco e turnê. Um crowdfunding, mas ao invés de ser pela internet, é cara a cara. Nesse evento você podia ouvir a banda além de comer um delicioso/maravilhoso/águanaboca hambúrguer do Xan Burger e ainda tomar uma cerveja de qualidade.

Para quem quer conferir o trabalho, onde pode encontrar?

Nosso primeiro álbum “ LET’S TALK ABOUT A DREAMS” foi lançado em todos as plataformas mundiais no dia 24 de junho. Temos dois singles “ CALI WAY OF LIFE ‘ e “SOLDIER OF ROCK” e o vídeo case que já podem ser conferidos em nossa pagina do  ou entre em nosso site para ter mais informações

É verdade que a banda criou uma cerveja própria para o lançamento do álbum?

Sim. Queríamos fazer algo que misturasse os sentidos da pessoa que fosse ouvir nosso som, dai fomos atras de um mestre cervejeiro que fizesse 3 cervejas pra gente com receitas que combinassem com 3 musicas do nosso primeiro álbum pra ver qual seria a reação da musica com o gosto de uma boa cerveja.. foram 3 tipos: “english pale ale, amber e dunkel”.. fizemos os kits com as 3 cervejas 1 pen drive com nosso álbum + clipe + vídeo case e um folheto da banda. O resultado foi demais!!! esgotaram em menos de 2 semanas os kits.

Com foi a ideia do primeiro clipe da banda e quais os planos para 2016.

Tudo que a gente tá fazendo até agora tem uma ideia por trás. E foi isso que a gente quis fazer com o nosso primeiro single/clipe Cali way of Life. A ideia foi mostrar pessoas normais, digo, com trabalhos rotineiros, como pessoas com um estilo de vida interessante. Por exemplo, um médico que é apaixonado por pular de paraquedas. Um publicitário surfista e etc. A ideia é mostrar que o normal não significa comum. Isso é um estilo de vida. Esse clipe, como nosso primeiro trabalho, deu uma baita orgulho. Assiste aí:

O plano para 2016 é simples, igual ao do desenho Pink e Cérebro: tentar dominar o mundo hahahahah. Eles nunca conseguem, né? Mas tão sempre tentando. Pois é! A gente tá projetando nossa carreira não só para o Brasil, mas também para o exterior. Inclusive está quase tudo certo para irmos para California fazer alguns shows, em Julho. Acabou de sair do forno o nosso primeiro álbum e nossa primeira turnê. Enfim, estamos muito ansiosos com tudo isso. Tudo requer muito trabalho e comprometimento, mas no final é aquilo lá do começo: estamos preenchendo o nosso vazio musical. Só de falar sobre isso já dá vontade de tocar.

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