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Capitão América: Guerra Civil [Crítica]

  • Por Aline Machado
  • 30 de abril de 2016
  • sem spoilers

Capitão América: Guerra Civil e a personificação do exagero.

O universo cinematográfico da Marvel acaba de ganhar mais um excelente título para o seu acervo: o terceiro filme da franquia Capitão América chega aos cinemas mais dramático que seu título anterior, mas ainda assim como todos os outros filmes do estúdio, surfa confortavelmente através do padrão Marvel de qualidade sem grandes riscos.

Desde o anúncio da adaptação de Guerra Civil para o cinema muitas incertezas foram levantadas sobre como Anthony e Joe Russo conseguiram adicionar tantos heróis em apenas 147 minutos, mas o resultado final de tudo isso foi lindo e extasiante. Capitão América: Guerra Civil além de encaixar muito bem todas as suas peças, soube introduzir com maestria os novos personagens, resolvendo suas origens sem fugir do tema principal do filme.

Cada personagem possui um tempo bastante significativo em tela, fazendo que Guerra Civil transite livremente entre o drama e a comédia sem quebrar o tom trágico criado ao longo do filme.

A trama desse terceiro título de com certeza é a mais dramática que a Marvel já apresentou nos cinemas. Você começa a perceber o verdadeiro peso do filme logo após seu primeiro ato, ao ver que finalmente as consequências de seus embates começam a agir sobre a personalidade de personagens imutáveis como Tony Stark, que aqui foi a representação da melancolia.

Apesar de o tom de gravidade levantado em Capitão América 3 ser um dos pontos fortes do filme, preciso ressaltar a falta de coerência na transição de um título para o outro. Sokovia foi o estopim de todas as motivações presentes em Guerra Civil, porém, em a Era de Ultron tivemos um final que indicava o contrário. O clima “festivo” encontrado no final de Vingadores 2 faz que o drama de Sokovia soe forçado nos primeiros minutos de Capitão América 3. Felizmente, por contar com um grande elenco – que aqui pode mostrar todo o potencial de seus talentos como atores dentro da Marvel – conseguiu transmitir com vericidade esse sentimento de impotência diante da tragédia de Sokovia e tantos outros, fazendo que finalmente acreditássemos na profundidade dos acontecimentos na cidade.

É normal que o lançamento de um blockbuster arranque reações extasiadas de seus espectadores, tanto positivas como negativas, ainda mais quando esse blockbuster em questão traz um embate entre os nomes mais conhecidos atualmente no gênero super-herói. Mas o que não é aceitável é que as pessoas misturem com tanta facilidade legumes e frutas, açúcar e sal. Não é cabível uma comparação direta com o longa da DC, como todos estão esperando. Simplesmente por possuírem abordagens tão distintas, e pelo fato de Cap3 tratar-se de uma trama que já está sendo desenvolvida há diversos filmes.

Capitão América 3: Guerra Civil é de longe o filme mais bem resolvido da Marvel, e talvez o mais divertido também, mas passa longe de uma excelente adaptação. Não há tantos elementos de Guerra Civil em Capitão América 3 como o esperado, o que por um lado é bom, uma vez que não existe necessidade alguma de termos duas coisas exatamente iguais em universos distintos (HQs e cinema), porém faltou coragem em alguns desfechos, fazendo que mais uma vez tudo termine bem no final e o filme mais dramático perdesse o seu diferencial, ao cair no “senso comum” do estúdio.

Caneca_Crítica-de-cap3

Capitão América: Guerra Civil civil war Marvel TeamCap TeamIron

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