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Caneca Sonora – Laranja Oliva

Laranja Oliva

por Felipe Fischer
em 17 de Abril de 2016

Dou o ponta pé inicial para uma nova coluna no Portal Caneca, o “Caneca Sonora”, um projeto para valorizar a cena musical independente. A ideia é trazer entrevistas exclusivas e indicar bandas fora do mainstream. Pra começar resolvi escolher uma banda da cidade em que vivi boa parte da minha vida e que possuem um trabalho incrível.

A trupe já tocava junto desde 2007 sob a alcunha de D*Gelo, mas foi em 2011 que resolveram criar um novo projeto batizado de “Laranja Oliva”. Em um bate papo, eles dizem que a banda é consequência dessa amizade de longa data e os valores carregados por todos integrantes apontaram a direção correta, que definem como  um pedido pelo amor e bater de frente com as políticas que excluem alguém.

A banda possui bastante destaque na região de Limeira, participando sempre de festivais e concursos locais, tendo tocado inclusive no palco principal da Virada Cultural Paulista no ano passado. Na entrevista que consegui, falamos sobre influências, a cena musical atual, desafios e os planos futuros. Inclusive, eles precisam do seu voto para tocar no Festival Forro da Lua Cheia, onde os cinco primeiros se apresentam. A votação segue até o dia 20 de abril e o link para votar .

O Portal Caneca agora tem uma playlist que será atualizada semanalmente e você pode conhecer o trabalho do Laranja , segue lá e indica para os amigos:

Sem mais delongas, apresento pra vocês o “Laranja Oliva”, formado por  Sérgio Moreira (vocal), Gui Escafandro (guitarra), Bruno Bertoni (baixo),Victor Bertoni (bateria) e Thiago Val (teclado).

Como a banda foi criada?

A Laranja Oliva foi batizada mesmo no primeiro mês de 2011, mas a trupe já tocava junto desde de 2007 sob a alcunha de D*Gelo na cidade de Limeira. Somos amigos e família. E a Laranja é a consequência dessa amizade de longa data que sempre quis gritar, pedir pelo amor e bater de frente com as políticas que excluem alguém, de alguma maneira, de qualquer circulo. Nos sentimos pressionados muitas vezes e a música serve para transcender esse incômodo, transformando-o em arte.

Quais as influências principais?

Somos a florescência de uma educação musical cotidiana dos rádios-relógio na cozinha até as mídias mais atuais. Numa crescente, tivemos e temos nossas fases, mas Tim Maia, B. Negão, Los Hermanos, Lenine, Belchior, Jorge Ben Jor, Red Hot Chilli Peppers, Racionais, Sabotagem, Cazuza, Chico, Caetano, Vinícius, Tom, Elis, Elza Soares, Bethânia, Gal, Gil e mais uma porrada de gente são bases e referências. Coisas mais novas como Criolo, Emicida, Céu, Alt-J, Gramatik, Mùm, Nomade Orquestra, Bixiga 70 e Snarky Puppy tbm tem sido fontes carregadas de brisa pras novas criações.

Como vocês veem o cenário musical atual? Existem barreiras por ser uma banda com mais letras autorais do que covers?

A gente vem do Independente e segue nesse nicho, sem se opor à grande mídia, mas sem fazer dela a única possibilidade de sucesso profissional. Enxergamos um cenário muito mais disposto e prático. Vivemos a era da informação e de sua sobrecarga com a internet, ou seja, ao mesmo tempo que ficou mais fácil o acesso à novidade e também os meios de divulgação, ficamos também com um déficit de horas nos dias,perdidos e mal podendo acompanhar tudo que surge. Ainda assim, sem a dependência da grande mídia como a TV (Globo, principalmente) e/ou as rádios monocategóricas, ficou mais tranquilo mostrar o trampo. Acho que vai mais de querer produzir ou de querer encontrar sons novos.

Aquela desculpa de que a mídia não divulga o artista, que não o apoia, que o poder público não faz isso nem aquilo em prol de artistas locais é uma novela antiga, não que não seja real, é e muito, mas e aí, vai ficar se lamentando? Não, levanta a bunda e vai atrás.
A gente briga diariamente por melhorias para todos os artistas e cidadãos em geral, indo do fatídico post de facebook até a ocupação de cargos públicos, participação em assembleias e congressos, ações de coletivos, nos próprios shows e eventos que criamos ou participamos, mas o som não pode parar, ele tem que acontecer, a qualquer custo.

Quanto a questão COVER vs AUTORAL, existe sim uma barreira, mas acho que ao contrário do que se imagina. O Cover sempre teve e tem espaço nas melhores casas de show, mas não passa dali: um bom cachê, um bom tratamento e algumas garotas no fim da noite. O autoral, no caso da Laranja, luta ou deveria lutar, por espaço, muitas vezes começando pelos mais tenebrosos palcos, mas com um objetivo diferente. O autoral quer passar uma mensagem, tem uma identidade, quer criar e cria o novo, quer propor o passo adiante e não só mais uma noite de loucura.

Quais são os maiores desafios/problemas encontrados pela banda?
Acho que conciliar o trampo de produzir arte com as funções econômicas ou burocráticas é o maior desafio de qualquer artista, mas faz parte do processo em tornar profissional o teu role, no melhor sentido da palavra “profissional”. Se programar pra não se ferrar com água cortada, aluguel atrasado, carro parado sem combustível, situações cotidianas pra gente, mas que pretendemos sanar com a experiência hahahaha Hoje temos uma equipe montada, mas ainda assim tem surgido trabalho cada dia mais e precisamos nos reestruturar quase que diariamente. Do resto, de verdade mesmo, é só alegria e bons momentos compartilhados entre os membros do palco, dos bastidores e o público, que é 50% dessa brincadeira toda.

Como foi participar da Virada Cultural de Limeira em 2015 e quais os planos para o ano de 2016?

Em 2015 tivemos uma oportunidade incrível, fomos indicados pela prefeitura e contratados pelo governo do Estado para nos apresentarmos no principal palco da PRIMEIRA VIRADA CULTURAL PAULISTA em LIMEIRA, nosso lar. Foi um sonho realizado, uma gratidão tremenda e uma satisfação tocar pra amigos e família num evento gratuito, que reuniu todas as idades e cores e ainda na nossa cidade.

Em 2016, temos nossa participação confirmada no Palco 2 da Virada, de organização do município. O show? Muito mais pegado que o último, temos muito mais a mostrar pro nosso público. Novos sons, novo visual, novas ideias, dando sequência à banda limeirense CIGANA e o duo de rap DIRETRIZ, que também são de Limeira. A Laranja promete chegar com os 10 pés no peito, num show intenso, pra balançar o esqueleto do mais vovô ao mais bebê. Sem restrições.

No mesmo final de semana da Virada Cultural Paulista, acontece em Altinópolis o Festival Forró da Lua Cheia, do qual a Laranja tenta participar vorazmente. Dependemos de votos, os 5 primeiros se apresentam e contamos com o apoio de todos pra nos classificarmos e fazer parte dessa grande celebração.

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