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Gravitation [Resenha]

por Artemys Ichihara
28 de março de 2016

A vida de Shuichi Shindou seguia muito bem o seu curso durante o último ano do colegial: finalmente iria se formar, estava numa banda com seu melhor amigo Hiroshi Nakano e tudo parecia estar encaminhado para o seu momento de estrelato e para a realização de seu sonho: ser um cantor como seu ídolo, Ryuichi Sakuma — mesmo que as letras de Shuichi fossem péssimas. Tudo parecia sob controle até o momento em que Shuichi é atropelado pelas críticas do belo e misterioso novelista Eiri Yuki, que por ventura lê uma de suas letras e faz uma avaliação bastante dura do talento de Shuichi para escrever. Não sendo uma pessoa que leva desaforo para casa, Shuichi resolve ir tirar satisfações com Yuki e fazê-lo se desculpar por sua análise visceral, e o encontro termina em um beijo.

A partir daí, a premissa de GRAVITATION começa a escalar exponencialmente: o romance de Shuichi e Yuki; a carreira da BAD LUCK, banda de Shuichi e Hiroshi; os traumas do passado de Yuki; e a relação dos novatos dentro da gravadora N-G Records e do mercado fonográfico japonês.

Hiro, Shuichi e Suguru aka. BAD LUCK

Intrigas, violência, um romance não muito saudável e várias cenas de humor nonsense fazem de GRAVITATION uma obra bastante própria. Muitas vezes mostrando faces não muito simpáticas da indústria musical nipônica, Maki Murakami equilibra temas sombrios — como o abuso sexual — com cenas mais leves. Uma vez que Shuichi é o típico personagem alegre, barulhento e sem noção, e que Yuki é exatamente o seu oposto (e com um pavio ridiculamente curto), a dinâmica dos dois consegue, por vezes, ser engraçada.

Embora talvez não agrade a todos — uma vez que o relacionamento de Yuki e Shuichi beira o abusivo em diversos momentos –, GRAVITATION, mais do que um romance (ou shonen-ai) é uma obra sobre um garoto que sonha com o estrelato, e de um homem que deseja se livrar dos fantasmas do passado. Com muita gente sem noção no meio, óbvio.

Com um mangá em 12 volumes e um anime de 13 capítulos e 2 OVAs, GRAVITATION também se encontra em outras mídias. Duas light novels (romances) e diversos doujinshi (fanzines), feitos pela própria autora, ou sob a supervisão dela, expandem o universo da obra. As light novels exploram aspectos que mais ou menos não puderam ser aprofundados durante a história. Já os doujinshi — chamados de Remixes e Megamixes — são histórias fechadas meio fora da linha do tempo da obra original, cujo conteúdo é muito mais pesado e polêmico que GRAVITATION, trazendo, por exemplo, cenas de incesto e shota-con. GRAVITATION também tem uma continuação, GRAVITATION EX, que se encontra em hiato por pelo menos 4 anos.

Deseja começar a se aventurar no gênero Boys Love mas não tem nem ideia de ponto de partida? GRAVITATION é uma opção com uma boa história e diversos elementos do gênero, sem ser extremamente forçado ou caricato. Ainda que você não tenha interesse nenhum por shounen-ai ou yaoi, GRAVITATION ainda pode te cativar pelo enredo único. De qualquer maneira, não se perde nada.

revisão: Aline Machado

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