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Glee – Series Finale [Crítica]

Glee Crítica

Por Guilherme Souza

21 de Março de 2015

Cedo para alguns, tarde para outros, finalmente estivemos diante do final de Glee. Após inúmeros altos e baixos, a série iniciou sua sexta temporada com a intenção de dar um final digno para personagens, tramas e lutas que ficaram no coração de muitas pessoas, e conseguiu atingir seu objetivo de forma digna.

A Temporada

Há um toque agridoce nessa última temporada de Glee. Após alguns anos de erros contínuos e mal uso de personagens, cantores e arcos, a série acertou profundamente com essa fase final. Ela foi aquele levantar determinado após uma queda, quando você usa toda a sua força para se superar e se recuperar. Tivemos a apresentação de ótimos personagens, em um retorno à raiz de Glee, com seus misfits se unindo para realizar algo maior e se descobrirem, inclusive com vários paralelos com a primeira temporada, principalmente visuais.

Essa também foi uma temporada de redenção e recuperação de forças para a velha guarda. Seja a de Rachel, recuperando sua confiança ao para retornar à NY, ou a de Kurt e Blaine em sua realização do verdadeiro amor, ou Schuester e sua realização de que o que realmente importa é passar boas lições. Todos tiveram um arco para evoluir e se tornarem melhores.

O ápice, e resultado, desses arcos veio no último episódio, dedicado a mostrar o futuro – 5 anos para a frente – de diversos personagens, além de suas despedidas. Foram 43 minutos de emoção incontrolável ao ver Rachel receber seu Tony, ou Kurt e Blaine felizes e tendo seu primeiro filho, ou a vida de Will, a mudança de Sue…

E temos o Glee Club. As últimas temporadas foram focadas nos personagens, principalmente Rachel, deixando o clube de lado, o verdadeiro protagonista da série, mas isso foi arrumado agora. Na sua reta final, Glee se lembrou do poder da classe do coral, se lembrou de que ali que a magia acontecia, e deu um futuro digno para tudo isso. Uma escola inteiramente dedicada às artes, com Will sendo o diretor e uma sala cheia de pessoas prontas para cantarem e se acharem no mundo. A última canção da série se lembrou de toda a trajetória, se lembrou do poder do Glee Club, e trouxe o final digno para ele.

A Série

Glee é abrir-se para a felicidade. É aceitar-se, aceitar ao próximo, e construir laços. Entre seus altos e baixos, a série se esqueceu levemente disso por um tempo, mas nunca completamente. No primeiro episódio da série nós vimos um grupo de excluídos pelas pessoas e, principalmente, por si mesmos. A dúvida dominava a todos, que tinham medo de dar o próximo passo.

E isso mudou. Kurt, Rachel, Finn, Mercedes, Blaine, Santana – e muitos outros – se acharam através das temporadas. Se aceitaram e passaram a confiar em si mesmos, a ter um poder sobre si, que pessoa ou preconceito nenhum poderia tirar, que os fez passar sobre todos os problemas – não sem muita luta ou algumas derrotas – e vencer, atingindo seus sonhos, transformando o mundo real no que eles queriam.

Essa mensagem é o maior trunfo de Glee. É o que fez milhares de pessoas ao redor do mundo se encontrarem na série e passarem a acompanhá-la com paixão. É o que ajudou inúmeras pessoas a se aceitarem, a se libertarem e lutar para transformar o mundo em um lugar melhor. Não à toa, a série, pioneira ou grande força na luta de diversas minorias, se tornou referência para diversos criadores de conteúdo. E, embora ela tenha perdido o poder por um tempo, ela nos lembrou de que tudo pode dar certo no final. O mundo é um lugar cruel, mas você sempre pode criar seu pequeno espaço ao redor de boas pessoas.

Mesmo após tantas derrotas e perdas, mesmo terminando com um terço de sua audiência original, Glee venceu. Ensinou diversas coisas importantes para muitas pessoas, salvou tantas outras e nos inspirou. As canções da série, os personagens, os momentos, a sala do coral, tudo ainda estará presente por muito tempo, ao menos na memória dos fãs.  Espero que vocês se lembrem sempre da determinação de Rachel, da confiança de Mercedes, do amor próprio de Kurt, da leveza de Finn ou da animação de Blaine, e “não vejam o mundo como ele é, mas como ele deveria ser”.

Obrigado, Glee, por ajudar este misfit a se conhecer e se aceitar melhor.

Glee Crítica

Revisão: Thaís Freitas Rodrigues

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