O Portal Caneca traz mais uma dica literária. Hoje é a vez do livro Filhos de Sangue e Osso! A escolha foi feita por citar a mitologia africana que não é uma unanimidade. A mitologia grega, romana, celta, etc.. é muito bem aceita, enquanto que a mitologia africana parece sofrer o mesmo de discriminação que o povo africano e seus descentes. Logo resolvi desmistificar apresentando essa obra prima.
O livro é a estreia de Tomi Adeyemi, professora de redação criativa, com origens nigerianas e americanas, que teve já em seu primeiro trabalho ganhou inúmeros prêmios, dentre eles: ficou em Primeiro Lugar na Lista de Bestsellers do The New York Times, foi o melhor livro infanto-juvenil pelo Entertainment Weekly Amazon, Time Newsweek, Publishers Weekly, etc, e que no Brasil é publicada pelo selo Fantástica da Editora Rocco, Curiosidades sobre a autora ela é fã de BTS, gente como a gente né? E ela estudou sobre cultura africana em Salvador.
As personagens em sua grande totalidade são negros, quase como se fosse o “Pantera Negra” da literatura, e para continuar nessa pegada geek/nerd a classe de seres mágicos são identificados pelos cabelos brancos o que me fez lembrar da Tempestade dos X-Men. Será que a referência foi essa?
A representatividade é o ponto alto com certeza! Somado a narrativa ágil e sedutora ! O que não falta é aventura e fantasia. O enredo conta o que se passa em Orisha, um local onde a magia foi se esvaindo e os magos ou aqueles que poderiam ser são conhecidos como Divinais, e se destacam por possuírem cabelos brancos, como citado acima, e com uma certa idade podem se transformar em bruxas/magos que são intitulados Majis. Mas uma vez me lembrou os mutantes. Todo mundo vivia em em uma frágil harmonia, até que os majis perderam os seus dons e se inicia um massacre ordenado pelo Rei Saran. E, apesar de ser um livro considerado de fantasia é impossível, não lembrar de fatos como Aparthaid, Escravidão, Guerras Civis, Brigas de clã que existiram e ainda existem na Africa.
A dualidade explorada pelos olhos das protagonistas, Zélie, uma Diviner e a Princesa Amari foi uma excelente ideia para mostrar os contrapontos e expor as injustiças ao longo da estória. Não quero contar muito da estória, porque quero que a experiência seja tão impactante para vocês, quanto foi para mim, então vou falar do livro em si. A capa é bem interessante. Logo na contracapa temos um mapa que vai facilitar o entendimento da estória e no final temos um glossário de como se pronuncia os termos em Yorubá, língua de origem nigeriana, como a autora, que conhecemos em terras tupiniquins por ser usada pelos praticantes da Umbanda/Candomblé e pela comunidade LGBTS. Inclusive causando polêmica na prova do Enem, aplicada em 2018.
Por esse motivos: Filhos de Sangue e Osso, deve ser lido e EXALTADO, lembrando que ele é o primeiro de uma trilogia que vem por aí, trilogia que vai se chamar: O Legado de Orisha. E que já teve seus direitos vendidos, o que indica que pode virar filme ou série em breve.
Ano de lançamento: 2018
Páginas: 560
Autora: Tomi Adeyemi
Editora: Rocco (Selo Fantástica)
ISBN-13: 9788568263716ISBN-10: 8568263612