Lançado em setembro/2018 o game Marvel’s Spider-Man bateu recordes de vendas e conquistou o carinho de muitos fãs aos redor do planeta tornando-se um dos títulos marcantes do último ano, mas afinal, ao que se deve esse sucesso todo?
Primeiramente gostaria de esclarecer que “sou novo” nesse negócio de mundo dos games, mas ainda assim quero destacar alguns pontos que me chamaram atenção no jogo. Antes que você venha com preconceitos e lero-lero de “noob”, gostaria de fazer a sugestão de leitura para esse artigo. Dito isso, vamos em frente!
TRAMA COMPLEXA E SURPREENDENTE
A narrativa principal do jogo foi desenvolvida com muita cautela e cuidado, mas para além disso o jogo criou um verdadeiro patrimônio para o personagem na plataforma dos games, referenciando diversas outras produções do cabeça de teia tanto no universo dos filmes quanto dos HQs.
Pulando toda aquela enrolação de construção do personagem e conquista dos poderes, o jogo já começa com o Spider-Man declarado herói de Nova York e com a identidade revelada para Mary Jane (MJ). Um dos pontos muito explorado nos diálogos inclusive é a relação mal resolvida entre eles. Neste cenário Peter não é mais jornalista/fotógrafo do Clarim Diário e toca a vida de civil como cientista em um laboratório.

A trama vai costurando pouco a pouco os acontecimentos marcantes e o cenário e atmosfera da cidade acompanha essa transição seja no clima, cores e sombra, seja no temperamento dos civis ou no próprio nível de dificuldade de combate com os vilões e bandidos. Ao todo o jogo é composto por 6 grande vilões todos muito marcantes na história do personagem dentre eles: Rhino, Escorpião, Fisk e Electro. A princípio quando soube desse esquadrão imaginei um roteiro forçado sem amarração, porém fui surpreendido como a narrativa conduziu de forma inteligente para que todos eles contribuíssem na construção da história.
Outra personagem central na condução da narrativa é a policial Yuri. Ponto focal do Homem-Aranha na delegacia de Nova York, as conversas entre ela e nosso herói delegam as missões e direcionam a missão principal do jogo.
Além de MJ a própria Tia May e Yuri, enquanto percorremos os prédios da cidade pendurados nas teias somos “presenteados” com os programas radiofônicos do John Jonah Jameson (JJJ). Este último, além de propiciar o riso e a dose de humor do game comenta quase em tempo real os desdobramentos do seus combates contra os vilões (do melhor jeito sensacionalista).
REALISMO
Tá! Não preciso ser nenhum expert em games para comentar, qualquer leigo que olhar para o jogo rodando concordaria comigo: o bagulho é realista pra CA$#¨&@#! Para além das expressões faciais, objetos, cenários a própria cidade parece ser de um dos filmes do Aranha.

Prova disso são os pontos turísticos de NY ou mesmo o distanciamento entre um distrito e outro (muitas vezes podemos pegar o metrô como Spider para agilizar). Ao longo de todo o jogo encontramos referências ao universo Aranha como pichações da Black Cat e até a torre dos Avengers (sim!!!).
Outro cuidado da equipe desenvolvedora que merece destaque é a tentativa de deixar o deslocamento entre as teias mais “verídico”. É comum, ao longo do jogo, cairmos no chão quando não encontramos algum prédio por perto ou mesmo ao sobrevoar os parques e não encontramos onde nos pendurar (evitem cair na água, é um saco!).
A geografia da cidade e a precisão na reprodução de prédios ou monumentos marcantes merece aplausos, inclusive em áreas “poluídas visualmente” como a Broadway e a Times Square como um todo. É evidente que considerando o volume de coisas a serem carregados, eventualmente aconteça algum bug mas no geral também não há o que reclamar neste aspecto.
A dublagem dos personagens também merece destaque especial. Além do próprio Peter, MJ, Tia May, JJJ e todos os vilões têm vozes ótimas e um trabalho de interpretação incrível inclusive em cenas de combate.
LUTAS E COMBATES
Tá aqui a chave do sucesso, Brasil! Com uma estratégia relativamente simples, o jogo conseguiu ser inovador (principalmente no que tenho lido sobre os últimos games por aí). Para além dos tradicionais socos, chutes, teias e arremesso de objetos ao longo do game você desbloqueia uma série de ataques diversificados o que torna a luta contra os vilões e criminosos muito menos maçante e repetitiva.

Por conta disso, há ataques melhores ou piores para cada tipo de inimigo que surge ao longo da história e, ao mesmo tempo, múltiplas formas de derrotá-los, saindo daquele tradicional “combo” que lhe concede a vitória.
A quantidade de golpes é realmente alta e é ampliada ainda mais com outro ponto que merece carinho especial na review.
ACESSÓRIOS E TRAJES
SIM <3 muitas roupas e muitos gadgets para nosso Spider-man! Para além de trecos e acessórios que mudam o visual, os trajes, que são liberados aos poucos de acordo com as missões secundárias e principais realizadas, concedem também um poder especial e combinações para lá de criativas e úteis. Com uma roupa de punk por exemplo, você conquista um golpe de onda sonora (vey mucho loko!!). Os dispositivos, como mini-aranhas-robôs de choque ou bombas de teia que prende bandidos um aos outros ficam disponíveis com tempo de recarga individuais o que também contribui para diversificar a forma como você derrota os vilões. Aliás, fazer uso dos acessórios é uma dica para vencer os duelos mais complicados do game (#FikDik).
MISSÕES SECUNDÁRIAS
Na minha opinião aqui reside outra chave para o jogo ser tão bom, divertido e amado. São MUITAS, missões diferentes espalhadas pela cidade, de hackear antenas de sinais à perseguir pombos, tirar fotos nos pontos turísticos ou destruir bases de inimigos.
Além dos pontos de experiência as missões secundárias concedes determinadas fichas como de pesquisa ou de desafio que liberam itens específicos ou poderes secundários dos trajes e dispositivos. O múltiplos formatos de missões contribuem para uma jogabilidade diversa explorando diferentes habilidades do jogador, seja velocidade ao se deslocar, seja a precisão de encontrar itens espalhados no menor tempo possível.
Outro ponto forte nessas missões secundárias é o modo furtivo. Nessas cenas você assume o papel da Mary Jane ou Miles Morales (sim o que será protagonista do filme Aranhaverso). Nessas missões você precisa invadir cenas de crimes ou bases secretas para investigar ou pegar determinados itens para prosseguir na narrativa. Para isso, cada personagem detém estratégias condizentes com suas personalidades e profissões. Enquanto MJ abusa do seu poder de repórter e de dicas e “presentinhos” recebidos de Peter, Miles é capaz de hackear equipamentos eletrônicos para provocar distrações e dispersar guardas para abrir caminho.

VEREDICTO
Na boa, mesmo sendo novo nesse mundo: o jogo é f%# para c%¨&! Além de divertido e com uma história muito bem amarrada o jogo consegue surpreender com a diversidade de missões, ataques e vilões/bandidos. Os detalhes visuais, os diálogos e interações com os personagens secundários contribuem para uma verdadeira imersão no universo aranha. As diferentes referências aos filmes, animações e HQs presenteiam os fãs do escalador de paredes mais amado do mundo de modo inovador e muito criativo.
Se você já conhece ou jogou o game, comenta aqui o que achou da experiência com o cabeça-de-teia!