O cinema nacional nunca teve uma safra tão boa de filmes como nos últimos anos. O Lobo Atrás da Porta, Aquarius, Boi Neon, O filme da minha vida, Divinas Divas são apenas alguns exemplos. O destaque da vez é “BINGO – O Rei das Manhãs“, uma viagem de volta aos anos 80.
O filme narra a trajetória do palhaço Bingo e o seu sucesso estrondoso na caótica década de 80, com suas cores, roupas e músicas que fazem sucesso até os dias atuais. O Ator Arlindo Barreto, expõe sua intimidade de maneira nua e crua, sem esconder o abuso de drogas ou romantizar seus erros.
O nome do personagem pode não ser familiar pra você por conta das mudanças que foram feitas por motivos de direitos autorias. Bozo virou Bingo, Arlindo passou a ser Augusto, Globo foi trocado para Mundial, SBT foi trocado por TVP, apenas a Gretchen continuou Gretchen.
O roteiro é brilhante e a direção impecável, fugindo de certos clichês e mostrando uma década de 80 onde vale tudo pela audiência. O retrato fiel da época traz a sensação de nostalgia. Mérito do roteirista Luiz Blognesi e da direção objetiva e sem pudores de Daniel Rezende.
Por falar em Daniel Rezende, mesmo sendo o primeiro filme no papel de diretor, ele já tem todo respeito no universo cinematográfico por ser o único brasileiro indicado ao Oscar de Melhor Edição pelo filme “Cidade de Deus“, em 2003.
Wagner Moura era cotado para viver o personagem principal porém ele já estava envolvido na série Narcos e não poderia assumir o compromisso por conflito na agenda. O ator acabou indicando Vladimir Brichta e o resultado não poderia ter sido melhor.