por Alexandre Moreira
em 26 de Setembro de 2014
Após 8 anos de espera, “Sin City: A Cidade do Pecado” finalmente tem sua sequência chegando aos cinemas do país. A pergunta que fica é: a espera valeu a pena?
Fica claro, desde os primeiros minutos do filme, que a participação de Quentin Tarantino em algumas cenas do primeiro filme deixou seu registro na produção de “Sin City 2: A dama fatal”. Cenas repletas de sangue e muita violência não deixam a desejar durante toda 1 hr e 40 min de filme. Principalmente nas cenas onde Miho dá um verdadeiro show com o uso das lâminas e arcos.
A produção fotográfica se manteve aos moldes do primeiro filme: uma mescla de animação com filmagens em estúdio impedindo a interação dos personagens com os cenários. A impressão é de que as HQs da série foram filmados num tipo de pop-up book. O uso do contraste entre preto & branco e cores contribuem para tornar marcante cenas de ação e suspense, bem como diferenciar determinados personagens como Ava Lord através da cor vermelha.
A atuação de Jéssica Alba (Quarteto Fantástico) e mesmo de Bruce Willis – que aliás pode ter a presença no filme bem questionável – são de meros coadjuvantes e deixam a desejar, principalmente no que tange ao papel de Nancy, uma personagem determinada e de personalidade forte, coisa que a Mulher Invisível não soube transmitir bem nas telas. As cenas de violência se intercalam com as de sexo que, por sua vez, poderiam igualmente ser um pouco melhor trabalhadas, principalmente porque as cenas em que Eva Green aparece nua são particularmente apelativas. O que nos leva ao outro lado da história.
Ainda que apelativa, não há como questionar a brilhante atuação de Green que, como Ava Lord, perfeitamente incorporou a Dama Fatal, tanto nas gesticulações quanto nos olhares e postura. Do começo ao fim não há momento de hesitação em que ela tenha escapado do papel que lhe coube.
Em Sin City 2, temos duas histórias independentes porém relacionadas pelos personagens que transitam entre elas. O episódio da Dama Fatal faz a abertura do filme e domina quase 80% da produção, o que favorece o melhor enredo da história, visto que a segunda história é protagonizada por Nancy (Jéssica Alba). Até mesmo Lady Gaga faz uma participação em uma cena do filme e, por um momento, pensei que veríamos um tipo de continuação para o clipe de “Telephone”. Johnny (Joseph Gordon-Levitt), por sua vez, basicamente está no filme para apanhar. Seu personagem metido a sabichão acaba levando a pior em 90% das cenas em que está presente. A história com ele chega a ser entediante, mesmo que repleta de ação.
Concluindo, Sin City 2 é um filme “bom”, nada de surpreendente, mas não chega a ser decepcionante mesmo com as atuações bem questionáveis do elenco escolhido. A fotografia e direção se alinham bem à trilha sonora pesada, contextualizando bem a cidade podre do pecado. Para quem esperava uma evolução do primeiro filme, uma decepção é possível. Mas de modo geral, trata-se de um filme, que, isolado do tempo, tem seu valor.