Por Aline Machado
Quem não se sentiu confuso(a) aos 15 anos, começando no Ensino Médio? Agora some isso a: abusos (bullying), depressão, introspectividade e uma confusão mental possivelmente irreparável; bem, essa é a vida de Charlie.
Nunca um livro me fez refletir tanto, tão facilmente. O livro de Stephen Chbosky, possui uma maneira bem particular de contar sua historia, ou melhor, a historia de Charlie. Logo no início, o garoto se apresenta como uma pessoa “Feliz e Triste”, o que te faz pensar na mesma hora: pronto, seria ele bipolar? Mas além de provar, que sim é possível, Charlie consegue fazer você sentir e entender com facilidade, os seus sentimentos e devaneios.
Nos momentos em que retratou a solidão, foram os que mais me assustaram, era como se pensássemos iguais. Os métodos que Charlie usou para “fugir” de seus medos e problemas, também me assustaram, pois comecei a pensar se teria sido essa, a saída correta a tomar, nenhuma saudade dos meus 15 anos.
Nas primeiras cartas é tudo muito fácil de se compreender, mas com o passar do tempo, Charlie torna-se mais complexo e profundo, trazendo a tona questões do seu traumático passado, carregando consigo uma culpa desnecessária, agarrando-se em seus amigos e familiares para livrar-se de seus medos e angustias.
Há varias cartas que se tornaram mais especiais para mim, do que outras. Na maioria escolhi passagens onde os medos, o amor e a vida são desafiados. Passado, futuro, solidão, medo, “estranheza”, drogas, sexualidade, psicose, musica, amizade, amor; Essa é a receita deste mágico, tocante, triste e feliz livro.
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Página: 224
Sinopse: Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe – a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.
As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir “infinito” ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.
Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.